O Martelo das Bruxas ou O Martelo das Feiticeiras (título original
em latim: Malleus Maleficarum) é uma espécie de manual de
diagnóstico para bruxas, publicado em 1487, dividindo-se em três partes:
a primeira ensinava os juízes a reconhecerem as bruxas em seus
múltiplos disfarces e atitudes; a segunda expunha todos os tipos
de malefícios, classificando-os e explicando-os; e a terceira regrava as
formalidades para agir "legalmente" contra as bruxas, demonstrando
como processá-las, inquiri-las, julgá-las e condená-las. Institoris e
Sprenger oferecem um guia passo a passo sobre como conduzir o
julgamento de uma bruxa, desde a reunião de provas até o interrogatório
(incluindo técnicas de tortura). Mulheres que não choravam durante o
julgamento eram automaticamente consideradas culpadas de bruxaria.
O Malleus Maleficarum foi compilado e escrito por dois
inquisidores dominicanos, Heinrich Kraemer e James
Sprenger . Os autores fundamentavam as premissas do livro com
bases emitida pelo Papa Inocêncio VIIIem 5 de dezembro de 1484, o
principal documento papal sobre a bruxaria. Nela,
Sprenger e Kramer são nomeados para combater a bruxaria no norte da
Alemanha, com poderes especiais.
Os efeitos do Malleus Maleficarum se espalharam muito além das
fronteiras da Alemanha, provocando grande impacto na França e Itália,
e, em grau menor, na Inglaterra.
Embora a crença popular consagrasse o Malleus Maleficarum como o
clássico texto católico romano no que cabia à bruxaria, a obra nunca foi
oficialmente usada pela Igreja Católica.
Kramer foi condenado pela Inquisição em 1490, e
sua demonologia considerada não acorde com a doutrina católica.
Porém, seu livro continuou sendo publicado e usado também
por protestantes em alguns de seus julgamentos contra bruxas.
No Brasil foi publicado pela editora Três em 1976 com o título Malleus
Maleficarum: Manual de Caça às Bruxas e, posteriormente, pela editora
Rosa dos Tempos com o título O Martelo das Feiticeiras.
Ao todo foram publicadas 29 edições. Ele não atingiu apenas a
Alemanha, mas foi empregado em toda a Europa. Contudo muitos
países também se distanciaram do livro, o rejeitaram. Como a Itália e a
Espanha, por exemplo – justamente aqueles que associamos com a
Inquisição.