A Bela Adormecida
Nem príncipe, nem beijos para despertá-la. A Bela
Adormecida foi, na verdade, violentada pelo rei
enquanto dormia e engravidou de gêmeos. Após o
nascimento, um deles chupa acidentalmente o dedo
da mãe, pensando ser seu seio, e retira a farpa
enfeitiçada que havia provocado o coma em que ela
estava. O nome da dorminhoca era Tália e ela havia
sido abandonada pelo pai numa cabana na floresta,
após cair naquele sono que parecia eterno. Para
apimentar ainda mais a história, depois de desperta,
Tália acabou virando amante do rei. Nada infantil,
esta versão foi posta no papel pelo escritor italiano
Giambattista Basile no século 17. Apenas alguns anos
depois de Basile, o francês Charles Perrault colocou
um pouco mais de terror na história. Assim como o
italiano, Perrault foi um dos primeiros a coletar e
transcrever as narrativas orais que eram tradicionais
entre as populações européias. No caso da Bela
Adormecida, Perrault fez da mãe do rei um mostrengo
comedor de crianças sedento por jantar os netinhos,
mas que acaba se dando mal.